Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica

Ciclo de Minicursos
"Educação Básica: Espaços e Políticas"

PROGRAMAÇÃO

 

NOVEMBRO

 

29 de novembro: Maria Montessori - Anne Louise Scarinci e Ariadne Lopes Ecar

Ementa:

Após breve exposição da filosofia montessoriana para a Educação, apresentaremos um relato de uma experiência prática em escolas montessorianas de nível fundamental: sua rotina diária e estruturação curricular. Em seguida, discutiremos tópicos específicos – especialmente os que forem advindos de perguntas dos participantes, mas, dentre eles, possivelmente: a inter e transdisciplinaridade em escolas montessorianas, abordagem de conteúdos científicos e a prática da investigação, a conexão das atividades com o desenvolvimento intelectual e social da criança, o desenvolvimento da autonomia e da autodisciplina, a formação de professores para a atuação no método, as práticas avaliativas, a inclusão, a elitização das escolas montessorianas versus possíveis adaptações para a Escola Pública.

OUTUBRO

 

04 de outubro: Mulheres de 1922: “o Antes, o Agora e o Depois” - Ana Paula Magalhães e Marina Costin Fuser

Ementa:

Na efeméride dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, aproveitamos para retomar debates em torno da agência feminina nas transformações sociais ao redor da década de 1920. Trata-se de um movimento que não descreve uma trajetória linear, e tem suas raízes profundas na ação de mulheres do século XIX, bem como implicações para as gerações sucedâneas. Figuras tais como Anita, Tarsila, Antonieta, Georgina, entre outras, são mulheres ligadas pelos fios invisíveis da tradição e da inovação, e atravessadas por uma cultura de resistência criativa, que aqui procuramos recuperar.

 

06 de outubro: O centenário da Independência e suas Repercussões na Educação Pública  - Carlota Boto e Diana Vidal

Ementa:

O minicurso abordará as comemorações do centenário da independência em 1922, a partir de dois eixos principais: a exposição internacional de 1922, o inquérito de 1926 e o centenário da lei de 1827: o contexto dos anos 1920; e o Manifesto dos Pioneiros, a fundação da USP e a constituinte de 1934.

 

11 de outubro: Biologia do Conhecer, do Aprender e do Educar  - Jorge Mpodozis

Ementa:

Receberemos nesse minicurso o professor da Universidade do Chile Jorge Mpodozis Marin, PhD em fisiologia e neurobiologia, referência mundial na Biologia do Conhecer, com importantes trabalhos desenvolvidos nesse caminho explicativo, muitos em parceria com o notável biólogo chileno Humberto Maturana. A Biologia do Conhecer aborda de forma transformadora o processo de aprendizagem, oferecendo contribuições de elevado impacto para as experiências educacionais. Como aprendemos e conhecemos? Portanto, como educar? Como refletir sobre estes desafios com base na Biologia do Conhecer? Uma revolução radical no pensamento sobre a educação a partir da neurobiologia.

13 de outubro: Verticalização do Itinerário Formativo da Qualificação para o Trabalho. Que Educação Valoriza o Trabalho? - Paulo Wollinger e  Almério Melquíades

Ementa:

Este minicurso pretende estender a compreensão sobre a verticalização do itinerário formativo para possibilitar contínuo e articulado aproveitamento de estudos e de experiências profissionais para fins de certificação. Quem de fato oferece e quem deveria oferecer? Seria a verticalização uma camisa de força no processo de profissionalização?

18 de outubro: O uso da Pesquisa para o Aprimoramento das Políticas Educacionais e Práticas de Aprendizagem da Linguagem - Alexsandro Santos e Beatriz Cardoso

Ementa:

Neste mini-curso, nossa proposta é discutir a relação entre a produção acadêmica/pesquisa científica, o processo de formulação e implementação de políticas educacionais e as práticas escolares; a partir do tensionamento e do compromisso em "desmistificar” os usos restritos e/ou por vezes ideológicos do conceito de “evidências”, nas bases em que vem sendo apropriado pelo campo da educação. Trataremos dos encontros e desencontros dos professores com a pesquisa.

 

Apresentaremos uma “fotografia” extraída da análise de um questionário aplicado em uma amostra de professores de rede publica. Para em seguida problematizar e explorar caminhos que dialoguem com abordagens mais sistêmicas e colaborativas, com o intuito de mobilizar a reflexão e apresentar alguns caminhos quem vêm sendo trilhados na perspectiva da integração mais dialógica e crítica entre a produção de conhecimento nas pesquisas e as demandas e perguntas que as políticas educacionais e as prática pedagógica propõem.

- Como produzir iniciativas de pesquisa enraizadas nos desafios da prática cotidiana de gestores públicos de educação e de profissionais que atuam nas escolas?

- Como transformar as descobertas acadêmicas em ferramentas úteis para o aprimoramento das práticas?

- Como promover um trabalho que se beneficie das mediações e da colaboração entre pesquisa acadêmica e práticas cotidianas das escolas?

- Como aprender com a implementação na ponta e a partir dessa aprendizagem identificar regularidades e construir metodologias flexíveis, mas que respondam a problemas que são gerais e estão presentes nos sistemas de educação?

 

Para avançar nesta problematização, convidamos os participantes a refletir sobre:

(1) como os desafios vividos no cotidiano das escolas e redes de ensino podem ser transformados em questões de investigação (2) como os saberes produzidos pelos sujeitos da ação educativa na escola, no processo de implementação de políticas educacionais, podem ser reconhecidos e mobilizados na construção de inovação educacional?

(3) como avançamos em modelagens mais democráticas, inclusivas e dialógicas de formulação e implementação de políticas educacionais, apoiados na potência da pesquisa colaborativa com professores e redes de ensino?

 

Colocaremos para análise o processo de criação de 2 metodologias desenvolvida ao longo de vários anos pelo Laboratório de Educação: 

- Aprender a Estudar

- Aprender Linguagem

20 de outubro: Frankenstein: Religando e Produzindo Saberes e Tecnologias no Encontro entre as Ciências da Natureza e Cultura -  Jorge Ferreira Franco, Leandro Gaffo e Marina Costin Fuser

 

Ementa:

A proposta deste mini-curso é baseado na filosofia especulativa de Donna Haraway, Gregory Bateson e outros autores que desafiam o binômio natureza-cultura. Temos como mote a Criatura do Frankenstein, o cientista obstinado, que vai se deslumbrando pela possibilidade de brincar de Deus através da experimentação científica que apita sobre a vida e a morte, e aos poucos vai se desligando dos vínculos humanos, transformando-se num monstro frio e calculista, que abandona sua cria à própria sorte. Aqui entra em jogo a filosofia especulativa sobre a vida face às novas tecnologias, e toda uma problemática ético-política sobre esse lugar do cientista que flerta com a possibilidade de tornar-se "Homo-Deus", como sugere o historiador Yuval Noah Harari, mas já está em Nietzsche, quando declara que Deus estaria morto, posto que o teriam substituído pela soberba da ciência. O intuito aqui não é matar Deus mais uma vez, mas dar ao Frankenstein possibilidades de existência com base em novas conexões entre o humano e o tecnológico, entre a natureza e a cultura, entre o Antropocentrismo e a coexistência em chave múltipla. 

 

Partimos de especulações filosóficas entre a literatura de Mary Shelley com o clássico Frankenstein para pensar os medos e as fantasmagorias em torno da tecnologia na educação, passando pelas confabulações ciborgues de Donna Haraway para se chegar a discussões sobre a inteligência artificial, a revolução 4.0 e as possibilidades de se juntar natureza e cultura, arte e tecnologia, criatividade e ciência no espaço escolar, com particular atenção ao período remoto de ensino, quando a escola entrou dentro de casa através de dispositivos tecnológicos. Começaremos com uma introdução à Frankenstein por Leandro Gaffo, passando pelos ciborgues e a inteligência artificial com Marina Costin Fuser e chegando na sala de aula com uma discussão sobre a tecnologia e a educação com Jorge Whitaker. Convidamos os educadores a pensar as tecnologias atravessando os medos e as incertezas que elas suscitam, inclusive num período para o qual a comunidade escolar não havia se preparado, com a pandemia SARS COVID-19.

27 de outubro:  Inovação Tecnológica e Metodologias Ativas na Educação do Campo  -  Claudia Passador, Cristina Carvalho, Juliana Menezes e Sônia Jaconi

 

Ementa:

O objetivo do minicurso é discutir inovação tecnológica através das metodologias ativas utilizadas na educação do campo, caracterizando o protagonismo dos povos do campo, da inclusão de seus modos de viver, ecologia de saberes, tecnologias e o mundo do trabalho, identificando os atores envolvidos, os processos de colaboração estabelecidos e a pedagogia de alternância.

 

SETEMBRO

08 de setembro: Marcos Históricos da Resistência Negra nos Duzentos Anos da
Independência do Brasil - Kleber Geraldo Lelis Simões, Lígia Fonseca Ferreira e Matilde Ribeiro

Ementa:

Compreendendo a importância do papel educativo do Movimento Negro ao longo da História do Brasil, a reflexão sobre o significado da Comemoração do Bicentenário da Independência do país, pode levar em conta o aprendizado proporcionado pelo conhecimento da história de alguns dos marcos da resistência negra nos últimos duzentos anos. Marcos que passem pelos registros dos vários quilombos do período, pelas insurreições representadas por movimentos como a Balaiada, no Maranhão, através da liderança do líder quilombola Cosme Bento, pela Rebelião Escrava dos Malês, na Bahia em 1835 e pelo papel representado por Luíz Gama na luta pela liberdade no século XIX. E que passam também pelas lutas travadas no século XX até os tempos atuais com as várias vertentes do Movimento Negro contemporâneo entendidas como sujeitos políticos educadores, conforme conceito desenvolvido por Nilma Lino Gomes. Entre esses sujeitos, os que se manifestaram através do Rap e outras linguagens utilizadas pela juventude preta e pobre das periferias. 

13 de setembro: O Conhecimento se Constrói, Mas Como? Significados do Construtivismo - Nilson Machado

Ementa:

A ideia de que o conhecimento se constrói tornou-se banal; a questão de fundo é: De que modo ele é construído, na escola e na vida? Partindo-se de respostas a três contraposições iniciais (inatismo/construtivismo, abstração/concretude, objetividade/subjetividade), serão examinadas algumas imagens metafóricas do conhecimento, frequentemente presentes na escola (o balde, a cadeia, a rede, o iceberg...), e o modo como influenciam as correspondentes ações docentes (a organização do currículo, o planejamento, o uso dos materiais didáticos, e, sobretudo, os processos de avaliação). 

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15 de setembro: Fundamentos Epistemológicos da Inter-Transdiciplinaridade - Naomar de Almeida FIlho, Bernardete Gatti, Daniel Puig e Nilson Machado

Ementa:

Fundamentos conceituais: epistemologia, interculturalidade e pensamento complexo; meta-, intra-, multi-, pluri-, inter- e transdisciplinaridade. Disciplinas, conteúdos, competências, habilidades, transversalidade e centros de interesse. Concepção curricular e inter-transdisciplinaridade no ensino fundamental e médio, nas diferentes modalidades de ensino e na formação de professores. Condições de realização, estratégias e resultados esperados e aferidos.

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20 de setembro: Ciência como Modo de Produção de Conhecimento - Naomar de Almeida FIlho, Bernardete Gatti, Daniel Puig,  e Nilson Machado

Ementa:

Questões epistemológicas fundamentais no campo da Educação. Ciência como modo de produção de conhecimento sistematizado. Epistemologia: meta-narrativa sobre formas de produção de conceitos [Teorias]. Matéria prima da produção científica em geral: coisas, fatos, eventos, processos, fenômenos, atributos, qualidades, dimensões. Meios de produção: Condições, contextos, técnicas e instrumentos. Produtos: observado, dado, informação, conhecimento, saber. Ciclos de produção do conhecimento. Estrutura e função da teoria; tipologia de modelos teóricos: Modelos-gráficos; Modelos matemáticos; Modelos-texto (esquemas). Perspectivas metodológicas da pesquisa em Educação.

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22 de setembro: Formas de Produção na Pesquisa Científica  - Naomar de Almeida Filho e Bernardete Gatti 


Ementa:

Metodologia: meta-narrativa das formas de produção de objetos de conhecimento. Logística: formas de produção de dados. Polaridade intensividade-extensividade; a questão do controle (experimental); a questão da validade (inferencial).

Distinguir: método, estratégia, técnica e instrumento. Logística convencional: desenhos estruturados de pesquisa no suposto da objetividade científica. Polaridades metodológicas: grau de estruturação da estratégia; grau de estruturação de técnicas e instrumentos. Analítica da pesquisa: produção de informação pela transformação do dado, mediante descrição, modelagem, inferência, argumentação, contrastes, condensações, reduções. Heurística científica: modos de interpretação dos objetos de conhecimento científico. Perspectivas metodológicas gerais da pesquisa em Educação. 

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29 de setembro: Integração Metodológica na Pesquisa em Ciências da Aprendizagem - Naomar de Almeida Filho e Bernardete Gatti 

Ementa:

Estratégias de pesquisa no suposto da ciência como intersubjetividade. Possibilidades de integração metodológica: Estudos ditos multi-métodos ou “híbridos metodológicos”. Tipologia de híbridos metodológicos: Combinação – técnicas articuladas no plano logístico. Composto metodológico – composição de diferentes estratégias de pesquisa. Complexo metodológico: quando estratégias de pesquisa, técnicas, ferramentas e procedimentos formam um desenho organicamente integrado. Desafios no plano heurístico: como articular, logica e analiticamente, o mosaico de conhecimentos sobre um dado problema. O que vem a ser etnografia, etnometodologia e etnociência. Possibilidades da pesquisa-ação, radicalmente participativa, no campo da Educação. Problemática metodológica das epistemologias do Sul, na perspectiva da ecologia de saberes. Reinventar a pesquisa translacional nas Ciências da Aprendizagem.

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AGOSTO

09 de agosto: Desmistificando os Algoritmos: Limites, Riscos e Possibilidades - Daniel Fils Puig, David Cavallo, Sandra Regina Cavalcante e Valkiria Venancio

Ementa:

O minicurso abordará a história e utilização atual de algoritmos, visando alargar o debate com um enfoque histórico-crítico, incluindo a exploração capitalista atual. Além das possibilidades do uso na educação, serão tratados os riscos e limitações dos algoritmos, como os envolvidos nos vieses da Inteligência Artificial. 

11 de agosto: Geometria Computacional e Conhecimento: Aplicações no Educação Básica -  Beto Vianna, Carlos Mourthé, David Cavallo e Nelson Vaz

Ementa:

Por que o ensino da matemática é obrigatório para todos os anos escolares? Por que os conteúdos não mudaram muito nos últimos 100 anos? Por que temos tanta desigualdade nos resultados na matemática nas escolas? O que é fundamental na matemática agora?

Neste minicurso nós vamos apresentar novos exemplos, histórias e perguntas para melhorar a educação matemática e criar conteúdos mais conectados, pertinentes, e integrados para que todas/todos/todes possam desenvolver habilidades, conhecimento, e pensamento matemático com alegria e paixão. Esperamos ter uma maravilhosa discussão ao final.

16 de agosto: Profissionalização e Projeto de Vida - Francisco Cordão, Fernanda A. Yamamoto, Rosemary Soffner e José Fernandes Lima

Ementa:

Este minicurso objetiva aprofundar a compreensão sobre o que é um projeto de vida e suas relações com as escolhas pessoais e educacionais de profissionalização. Pretende discutir o que é profissionalização sob a ótica da Constituição Federal e da LDB, articulada com possíveis projetos profissionais e de práticas sociais.

18 de agosto: Ensino de Matemática: Quatro Pecados Capitais (Desamparo, Mateologia, Cocotologia, Fantasmas) - Nilson José Machado

Ementa:

O minicurso tratará de quatro modos de conceber a MATEMÁTICA que contaminam as ações docentes: a ausência de auto eficácia e a sensação de DESAMPARO; a sedução do utilitarismo, ou a aparência de MATEOLOGIA; o excesso de linguagem técnica, ou a sedução da COCOTOLOGIA;  e a incompreensão do papel das abstrações, ou a aparência de FANTASMAS. Exemplos referentes aos conteúdos da Escola Básica ilustrarão a exposição dialogada.  

23 de agosto: Formação de Professores para a Educação Técnica e Profissional - Francisco Cordão, Fernanda A. Yamamoto, Paulo Wollinguer, Cleunice Rehem e Miguel Rodrigues

Ementa:

Este minicurso objetiva apresentar um panorama da formação de professores para a ETP e identificar quais são as competências necessárias para os seus professores em termos de conhecimento, prática e engajamento profissional. Quem é esse professor? Que compreensão ele tem dessa modalidade de ensino? Como é sua formação inicial e continuada? Quais os desafios desse professor no mundo do trabalho em permanente mudança?

30 de agosto: Alfabetização Científica na Educação Básica - Aldeni Melo de Oliveira, José Breno da Cruz e Mônica Gallon

Ementa:

O minicurso propõe-se a reflexão sobre o Desenvolvimento de práticas da alfabetização cientifica na Educação Básica. Operatividade do professor a iniciação à pesquisa. Percepções e desafio de educar pela pesquisa na Educação Básica.

A interpretação sobre a pesquisa em sala de aula. Características e atitudes da autonomia e da argumentação no processo educativo.

 
 
 
 

A Cátedra de Educação Básica da USP continuará oferecendo em 2022 atividades virtuais e gratuitas para professores do ensino básico, estudantes de licenciatura, pesquisadores e outros interessados na área.

Os minicursos ocorrem às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h30 [confira todas as datas disponíveis abaixo].

Os minicursos são independentes, cabendo ao interessado escolher qual ou quais deseja assistir. A transmissão será sempre pelo canal da Cátedra no YouTube, e não será preciso se inscrever.

 

Serão concedidos atestados de participação para cada minicurso. Os interessados deverão preencher um formulário enviado durante a transmissão. Leia nosso guia de orientações clicando aqui.

 
 
 

JUNHO

02 de junho: Descolonizando a Auto-Colonização na Educação - Ana Paula Magalhães, Naomar Almeida e Rosa Bruno-Joffré

Ementa:

"Quando rejeitamos a história única, quando nos apercebemos de que nunca há uma história única sobre nenhum lugar, reconquistamos uma espécie de  paraíso”. Com esta fala, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie encerrou sua conferência no TED (Technology, Entertainment, Design), no ano de 2009. A realidade do passado colonial brasileiro persiste e reproduz-se na elaboração de currículos e de conteúdos pedagógicos, de forma a reforçar o silêncio de grupos étnicos e sociais subalternizados.  Neste sentido, impõe-se a urgência de uma perspectiva pós-colonial na educação brasileira. Neste minicurso, propomos uma abordagem conceitual da noção de “colonização”, seguida de relatos históricos de casos e, por fim, um debate sobre o significado da descolonização no ambiente escolar. 

07 de junho: Significados e Limites da Ideia de Representação - Nilson Machado

Ementa:

Vivemos em um mundo em que os objetos ou as pessoas são continuamente apresentados e reapresentados, ou representados. A Língua e a Matemática são dois sistemas básicos de representação da realidade, mas continuamente interagimos com representações simbólicas de diferentes escopos. Uma conversa ao nível do sendo comum sobre concepções de representação,
incluindo comentários tópicos sobre as visões de Schopenhauer, Peirce, Cassirer, Duval, Goodman, Birch, Pitkin, entre outros, poderá nos conduzirá à antessala do significado político de tal ideia; nada pretendemos, além disso.

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23 de junho: Scientia Vinces: Poder, Ciência e Projeto de Sociedade na Fundação da USP - Ana Paula Magalhães, Débora Foguel e Helena Riquena

Ementa:

As décadas de 1920 e de 1930 vieram acompanhadas de desafios globais, de ampla repercussão, mas também, no caso específico do Brasil de disputas e impasses em torno de projetos de poder em um contexto de turbulência social e de fraturas políticas. O pós-guerra e a crise de 1929 acarretaram um fluxo populacional em direção ao Brasil, absorvido em grande medida pela cidade de São Paulo, metrópole emergente e aspirante à integração ao movimento Modernista, e cuja efervescência cultural resultaria na Semana de Arte Moderna, em 1922; por outro lado, havia uma percepção mundial de que a ciência e a tecnologia haviam  viabilizado desastres como a guerra, o que resultava em um pensamento anticientífico crescente. Tendo em vista um projeto de formação calcado na pesquisa, sob o dístico “scientia vinces” (pela ciência, vencerás), a fundação da USP, em 1934, representou uma resposta a essa tendência, mas, ao mesmo tempo, a materialização de um projeto político.

30 de junho: Psicologia Indígena e Educação: Experiências em Debate - Bernadete Castro, Briseida Dogo de Resende, Danilo Silva Guimarães, Fraulein Vidigal de Paula, Jessica Correa, Paula Rasia e Rafael Macedo

Ementa:

1. Psicologias indígenas e diversidade epistemológica;

2. Virada ontológica e virada ética na construção do conhecimento científico;

3. Os indígenas e a educação na história do Brasil: colonização, colonialidade e concepções indígenas;

4. O direito à educação escolar diferenciada na constituição de 1988;

5. Desafios para o ensino de história e cultura indígena no currículo oficial da rede de ensino;

6. Diálogos com educadores indígenas nas atividades da Rede de Atenção à Pessoa Indígena da USP.

 

MAIO

03 de maio: O Manifesto da Educação Nova: em Defesa da Educação Pública e da Formação Docente - Ariadne Ecar e Diana Vidal

Ementa:

O minicurso tem por objetivos:

1) apresentar, de uma forma geral, as propostas contidas no Manifesto de 1932, ressaltando as condições históricas que deram origem à carta-monumento, tanto do ponto de vista educacional, quanto das disputas políticas.

2) deter-se mais especificamente sobre o modelo universitário de formação docente proposto e sobre o cenário de sua implementação nos Institutos de Educação do Rio de Janeiro e de São Paulo.

12 de maio: Diálogos sobre as Diversidades e as Interseccionalidades - Fabiana Lima e Mille Fernandes

Ementa:

Ao compreendermos que o exercício docente implica intenso e contínuo processo de formação que, além de promover subsídios críticos para ampliar os espaços de discussão que combata as discriminações, descolonize saberes e fazeres estereotipados, pode contribuir no enfrentamento dos desafios no que concerne às discussões sobre as relações étnico-raciais, educação quilombola, educação indígena, educação de jovens e adultos, educação do campo, educação especial, gênero entre outras. Portanto, este minicurso tem como objetivo colaborar para a mudança de percepção quanto aos temas propostos, os quais  apontam na direção de uma educação que respeite e valorize as diversidades. Propomos uma formação docente colaborativa, trazendo as práticas e experiências dos professores em formação. Assim, os eixos trabalhados se conformarão em dois minicursos, neste primeiro, e também no minicurso "Diálogos sobre Educação Inclusiva", a ser realizado no 2º semestre de 2022.

Recomendamos às/os interessadas/os em participar do minicurso que assistam ao documentário LÁPIS DE COR, dirigido por Larissa Santos (conhecida artisticamente como Larissa Fulana de Tal). O curta-metragem trata das formas com que crianças entre 5 e 11 anos  de idade se auto-percebem negras, a partir dos próprios corpos, do uso da imaginação e dos atos falhos, que deixam entrever em suas falas a crueldade do racismo na infância. Utilizaremos a obra audiovisual como mote para as discussões sobre diversidade étnico-racial e interseccionalidades.

17 de maio: No Meio do Caminho Tinha um Monumento - Ana Paula Magalhães, Cris Carvalho e Helena Riquena

Ementa:

Atualmente existe uma ampla discussão a respeito dos monumentos nas cidades pelo mundo, dando conta de pichações, derrubadas e outras formas de destruição. Muitos monumentos homenageiam ou fazem referência a personagens controversos, para se dizer o mínimo). Diante disso, o que é preciso fazer? Remover o monumento? Mantê-lo da mesma forma e no mesmo lugar? Recolher em um museu? Erigir um contra-monumento? Nenhuma dessas possibilidades está errada, mas dificilmente estará certa caso não perguntemos: afinal, por que o monumento foi construído e colocado ali? Da mesma forma, observamos, recentemente, um movimento de busca pela recuperação de uma memória perdida, relacionada àqueles que jamais puderam deixar sua memória. Monumentos de valorização deste passado "apagado" florescem em cidades do Brasil e do mundo e representam um importante alento para a aprendizagem de Patrimônio e História, assim como para a formação crítica e cidadã.

26 de maio: Notas sobre Políticas na Educação Infantil - Lino de Macedo e Maria Regina dos Passos Pereira

Clique aqui para baixar o material de apoio.

Ementa:

Os objetivos deste minicurso são:

- Apresentar duas formas de se estudar a criança pequena: (1) a perspectiva dela mesma e (2) a dos adultos responsáveis por seus cuidados e educação.

 

- Refletir sobre políticas na educação infantil segundo dois artigos: (1) Lisete Regina Gomes Arelaro, Avaliação das políticas de educação infantil no Brasil: avanços e retrocessos (2017) e (2) Rodrigo Saballa de Carvalho & Bianca Salazar Guizzo, Políticas de Educação Infantil: conquistas, embates e desafios na construção de uma Pedagogia da Infância (2018).

 

- Refletir sobre a Educação Infantil à luz da legislação vigente (LDB, DCNEI, BNCC, Novos Currículos):

 

1. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. BRASIL. (Clique aqui para acessar)

2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA RESOLUÇÃO Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009 (*)  Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. (Clique aqui para acessar)

3. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. (Clique aqui para acessar)

4. Referências: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. (Clique aqui para acessar)

ABRIL

05 de abril: Currículo Integrado entre Ensino Médio e Formação Técnica e Profissional - Fernanda  Yamamoto, Francisco Cordão, Herbert Alexandre João e Márcia Azevedo Coelho

Ementa:

Este minicurso objetiva apresentar possibilidades de integração curricular a partir de diferentes experiências/perspectivas de escolas públicas e privadas, visando contribuir com a implementação do quinto itinerário formativo, de modo que não seja uma "apêndice" do Ensino Médio. A ideia é problematizar diversas questões sobre essa integração, contemplando além da concepção e organização curricular, a operação efetiva desses cursos. Como integrar a formação geral e Formação Técnica e Profissional? Como os professores devem ser preparados para esse desafio? Essa proposta exige mudanças operacionais na escola?

07 de abril: Vias e Desvios na Ideia de Pesquisa em Educação - Nilson Machado

Ementa:

Este minicurso abordará aspectos diversos da pesquisa acadêmica da área de educação, partindo do pressuposto que "é quase impossível ensinar sem fazer algum tipo de pesquisa". O ensino e a pesquisa, para o expositor Nílson Machado, seriam parte de uma "integração natural".

Como mostra o sumário disponível para download abaixo, o minicurso abordará questões, desafios e dilemas que o pesquisador enfrenta ao longo de seu projeto. Neste documento, cada um dos 12 tópicos está detalhado e explicado.

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12 de abril: Biologia do Conhecer: O Corpo Aprende? O que é Aprender? - Beto Vianna, Carlos Mourthé, Cristina Magro, Nelson Vaz 

Ementa:

Na Biologia do Conhecer e da Linguagem de Humberto Maturana, viver, como um processo, é uma aprendizagem contínua e inevitável. Disparado por expressões do viver de diferentes seres, entre elas, o funcionamento do sistema imunológico humano, inclusive suas relações com as vacinas, este minicurso, estruturado na forma de um diálogo transdisciplinar, convida a pensar sobre como pensamos o conhecer, a aprendizagem, as emoções e a linguagem. 
Um convite ao acesso a novos fundamentos com potencial transformador das experiências vividas entre professoras, professores e estudantes.

14 de abril: Interdisciplinaridade, Metodologia de Projetos e Aprendizagem por Problemas Concretos - Daniel Puig

Ementa:

Este minicurso visa: Percorrer experiências interdisciplinares de aprendizagem baseada em problemas concretos com uso da metodologia de projetos e a partir delas entender a importância dos fundamentos dessas práticas, tanto na educação básica quanto para a formação de professores no ensino superior. Propor referências, práticas e trabalhos que ampliem as possibilidades de atuação pedagógica de docentes, também neste momento de emergência sanitária e suas contingências. Estimular a criação de práticas pedagógicas para os contextos reais de participantes.

Clique aqui para baixar o material de apoio. 

19 de abril: Educação Imersiva com Apoio em Saberes Plurais e Tecnologias Integradas - Compartilhando Experiências - Anna Carolina Muller, Elmara Pereira de Souza, Jorge Franco, Romero Tori e Roseli Lopes

Ementa:

Este minicurso se fundamenta em apresentar e refletir a respeito de experiências educativas apoiadas no conceito e em práticas de educação imersiva. Tais práticas utilizam uma combinação de gráficos 3D interativos, tecnologias de simulação, video games, realidade virtual e recursos técnicos no padrão da internet, de modo interligado com o desenvolvimento de atividades educativas embasadas em adquirir e aplicar saberes de forma inter e/ou transdisciplinares, que tendem a superar maneiras tradicionais de aprender e de ensinar na Educação Básica e no Ensino Superior.

26 de abril: Descolonizando as Ciências: Contribuições da Ciência Africana e Afrodiaspórica - Bárbara Carine

Clique aqui para baixar o material apresentado durante o minicurso

Clique aqui para conhecer mais do trabalho e da trajetória de Bárbara Carine


Ementa:

O referido minicurso tem como intuito apresentar produções científico-tecnológicas ancestrais e contemporâneas em afroperspectiva, buscando ressignificar as bases intelectuais ocidentais problematizando "o milagre grego" - narrativa que assenta a origem de grande parte dos saberes ocidentais à civilização grega. Para tal, a partir de uma ótica escrevivente, apresento conceitos fundamentais para o entendimento deste apagamento histórico, tais como: pilhagem epistêmica e genocídio epistêmico. Também trago o fundamento da filosofia Ubuntu para compreendermos outras possibilidades de ser e estar no mundo, produzindo ciência a partir de outros marcadores existenciais e metodológicos.

28 de abril: Educação Maker: Fazer para Aprender - Débora Garofalo, Elio Molisani Ferreira Santos, Leandro Yanaze, Nathan Rabinovitch

Ementa:

O objetivo deste minicurso é apresentar conceitos e experiências de Aprendizagem Baseada no Fazer. A criatividade dos alunos se torna o principal elemento de engajamento no processo de aprendizagem ao construir artefatos e estratégias para desenvolver um projeto e/ou resolver um problema. A cultura maker pode ser implementada nas escolas começando com recursos comuns (sucata e objetos domésticos) podendo evoluir para espaços com recursos tecnológicos mais sofisticados. Este minicurso é vivencial e te convida a colocar a mão na massa. Separe papelão, papel e tesoura e vamos fazer para aprender!

MARÇO

10 de março: Complexidade e Ciência Translacional: Perspectivas na Educação - Beatriz Cardoso, Débora Foguel, Lina Faria, Naomar Almeida Filho, Ricardo Henriques

Ementa:

Dando seguimento à crítica da "Educação baseada em evidências", tema de um dos minicursos da programação acadêmica 2020, apresentamos agora uma introdução ao conceito de Ciência Translacional Transdisciplinar (CTT). A configuração de um modo de produção de conhecimento coletivamente organizado e cada vez mais aberto às questões da complexidade tem ampliado o papel da translação-transdisciplinaridade-transversalidade nas ciências contemporâneas. Três décadas após o surgimento da medicina baseada em evidências (Faria et al 2021) e uma década de expansão da CTT no campo biomédico, emergem propostas de adaptação dessa perspectiva a outros campos científicos, como na Ecologia (Enquist et al. 2017), na Psicologia (Stirman & Beidas, 2020) e respectivas aplicações tecnológicas nas Engenharias como Technoscientific Research (Narayanamurti, 2022).

 

Inicialmente o interesse da CTT pela educação se limitou ao ensino de ciências médicas, com o objetivo de formar pesquisadores e clínicos capazes de compreender, interagir e intervir numa abordagem translacional para atender às demandas do campo da saúde. Trata-se, nesse momento, de avançar na incorporação e aplicação desses elementos teóricos, metodológicos e analíticos nas ciências da aprendizagem, tal como antecipado por Aymerich et al (2014) e Mitchell (2016) e sistematizado por Norman & Lotrecchiano (2021). No futuro , a perspectiva translacional poderá se tornar crucial no campo da Educação, num contexto ainda dominado por julgamentos fundados em convicções e ensino baseado em crenças.

Clique aqui para baixar a bibliografia e plano de atividade.

15 de março: Direitos de Aprendizagem e Campos de Experiência nas Três Etapas da Educação Infantil -  Adelir Marinho de Barros, Fátima Beraldo, Lino de Macedo

Ementa:

1. Significações de aprendizagem e experiência, segundo Piaget. 
2. Desenvolvimento da inteligência e da afetividade na criança de 0 a 5 anos, segundo Piaget. 
3. Interconexão entre direitos de aprendizagem e campos de experiência na Educação Infantil. 
4. Planejamento e ação pedagógica na Educação Infantil. 

17 de março: Educação, Trabalho e Sociedade - Amin Aur, Ana Paula Magalhães, Fausto Augusto Junior, Francisco Aparecido Cordão, Maria Cristina Carvalho, Maria Inês Fini, Sandra Cavalcante, Valter de Almeida Costa

Ementa:

O objetivo do curso é apresentar um panorama sobre o mundo do trabalho no Brasil e suas relações com as políticas e práticas educacionais. A ocasião do bicentenário da Independência nos convida a refletir sobre o atual cenário a partir de uma perspectiva histórica, mas também a avaliar os percursos de forma crítica e apresentar projetos para o futuro. 

29 de março: A Construção Histórica da Profissão Docente no Brasil - Ana Paula Magalhães, Ariadne Ecar, Bernardete Gatti

Ementa:

A efeméride do bicentenário da Independência do Brasil nos convida a refletir sobre os projetos de nação que se encontram na origem do Estado brasileiro. Neste sentido, a formação de professores tem sido um aspecto sempre mobilizado nos debates ao longo da história. Ela tem sido objeto da elaboração de uma memória, por meio de imagens e representações, muitas vezes deslocadas da realidade dos docentes. A partir dos primórdios de sua profissionalização, os professores tiveram sua identidade elaborada e reelaborada nos discursos, nos quais foram ora caracterizados como ícone moral, ora esvaziados de sua dimensão profissional. É preciso adotar uma postura crítica diante dessas construções, a fim de diferenciar representação e realidade, além de favorecer uma autopercepção autônoma dos docentes sobre sua identidade. Percorrer os traços históricos que se referem à formação para a docência no Brasil pode contribuir para o entendimento como tradição e mudança se interseccionam, se entrecruzam, ou se contrapõem, diferenciando os fatos que indicam persistência de padrões tradicionais dos que apontam para alterações em situações dadas. Nesse sentido serão abordados aspectos dessa formação no período colonial e da primeira república, caminhando com as legislações e políticas de formação de professores até nossos dias, sinalizando seus impasses e contradições. Assim, será, então, destacada a importância da História da Educação na profissão docente, como campo do conhecimento que permite conhecer a história do ensino, das práticas educacionais, da formação e profissão docentes ao longo
dos séculos. Sua importância é evidente na formação de professores, pois possibilita que o educador estabeleça uma conexão com o passado partindo de questões que surgem no cotidiano escolar e que, por sua vez, permitem refletir sobre as ações que ocorrem no presente. Com a exposição desta temática, espera-se que os/as docentes compreendam a
pertinência da História da Educação para a sua profissão.

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31 de março: Competências Gerais da BNCC e o Mundo do Trabalho - José Fernandes de Lima e Rosemary Soffner

Ementa:

Nesse minicurso examinaremos a abordagem dada ao “trabalho” ao longo do documento da BNCC e analisaremos os destaques dados no documento ao estabelecido no artigo 205 da Constituição Federal.

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